quinta-feira, 23 de julho de 2009

Curtindo a Vida Adoidada kkk

Sempre tenho preguiça de escrever. Ou de ler também. Já deixei livros pela metade algumas vezes, devo admitir. Poucos foram os que me deram uma tremenda vontade de devorá-los num segundo, ao ponto de nem conseguir dormir direito esperando pelo próximo capítulo. Não que os outros não fossem bons, mas tem algo com a linguagem, creio. Sou apegada a alguns detalhes, algumas realidades. Lembro-me de todos, mas não tanto quanto gostaria. Uau. Verdadeiras obras-primas. Tocaram-me a alma, ajudaram-me a compreender o amadurecer do já chavão “só sei que nada sei” ou “ser ou não ser, eis a questão“. Incrível. Mais ainda por saber que nada disso nunca se comparou ao que senti quando ouvi as primeiras música que amei.

Quando tinha seis anos meu pai comprou um “sound system de última geração” haha. “Quantos botões!! O que será que isso faz se apertar?” Como é bom ser criança, mas não era nenhuma nave espacial. Pra mim meio que era... Especial. Equipado com Disco, CD e K-7. Fiquei encantada com a geringonça enorme, quadrada e toda peta. Gradiente. Nunca esqueci a logo, ó, publicidade. De repente começaram a aparecer vinis, cd’s e fitas lá em casa. Papai disse: está proibido mexer no som! Tinha vontade de respeitar, então comecei olhando o que tinha de música. As capas me fascinavam. Tudo em inglês. Não entendia porra nenhuma, mas adorava não saber. Comecei a sentir uma vontade enorme de decifrar o que estava escrito ali. Quantas fotos! O que são esses homens? Que visual louco! Por que essa cara de prazer? Oh, Mamãe, quero ser assim também. Posso? Depeche Mode, U2, Rolling Stones, The Beatles, Europe, Aerosmith... O que são esses? Tinha que descobrir.

A primeira tentativa foi no vinil, não me lembro qual era, mas sei que quebrei a agulha de prima. Já que ia levar bronca mesmo, coloquei o U2, Rattle and Hum. A primeira música do CD teria me feito gozar, se eu soubesse o que era isso na época. Foi a mesma sensação que tenho em relação a tudo o que amo na minha vida. Como se me sentisse completa de alguma forma. Depois descobri qual era. Helter Skelter dos Beatles. Após constatar isso desinteressei-me pelo U2. Só queria aprender a cantar quela música, mas não tinha no encarte a letra. E a internet estava há 7 anos dali. O mesmo com o do Depeche Mode, Singles. No lyrics. Algumas músicas tinham o mesmo título do refrão: Dreaming of Meeee... Yeah! Mas o do Europe tinha tudo. It’s the final countdoooown. We’re leaving togetheeeeeeeer. Daí anotava no caderno a pronúncia das palavras que lia. Muito comédia. Its de fainal cauntdaun! Comecei a aprender inglês na escola e devorei toda a gramática. Estava sempre perguntando, pesquisando, tentando traduzir tudo com um dicionário do lado. Depois passava pra alguém que entendia melhor me dizer o que era certo e errado. Decorava todas as letras mesmo sem saber o que diziam, pois já me faziam muito mais do que entender o que era dito. Eu sentia! Era o bastante pra saber que amava aquelas músicas. Quando já estava compreendendo melhor, coloquei o CD do U2 novamente e percebi um “this song’s from the Beatles“ ou algo do tipo. Encontrei a letra e aprendi a cantar. Ficava lá gritando aquilo sozinha com o som nas alturas.

E quando nem sabia ao certo o que era necessário fazer pra tirar aquele som vi na sessão da tarde um filme de 1986, Curtindo A Vida Adoidado! Fugindo da escola, seqüestrando o carro do papai... Haha! Mas uma cena me marcou. Havia um conversível americano vermelho desses bem antigos. Acho que era uma Ferrari. Uns meninos usavam Ray-ban e topete. Estavam no carro e acho que tocavam com guitarra, baixo e bateria em cima dele... Twist and Shout. Pra uma multidão de transeuntes que dançavam loucamente no meio da rua. Amei tudo. Todo o estilo, o carro, a dança e, principalmente, a música. Queria estar ali. Queria tocar aquela guitarra e berrar daquele jeito. Comprei a primeira aos 12 anos, mas não sabia o que fazer com ela. Vendi. Aos 14 consegui convencer minha família a me deixar aprender a tocar. Tive que pagar as aulas de guitarra fazendo piano. Algum tipo de tradição classuda nos ideais de minha tia. Amei os dois. Amo até hoje tudo relacionado ao rock. Uns falam de genética, outros de política, grande parte de religião ou futebol. Falo de rock. Respiro música. Thank you, family.

4 comentários:

  1. Gostei dos textos...(ontem tive que responder uma mensagem de um sujeito no facebook. O cara dizia que o futuro do rock estava apenas do "rockband game". Pobre coitado. Não sabe ele o quanto perde por deixar de ouvir sons como o de vocês.) Ouvi vocês um tempo atrás, não me lembro quando e não me lembro onde, mas me lembro que gostei...Parabéns.

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  2. Se eu tivesse seguido os passos dos meus
    pais nem sei "o que" seria. Mas de mim
    começará uma grande geração de personalidades
    asuhfuaifhaiufha ai

    =b

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  3. E eu que tocava THE FINAL COUNTDOWN no TECLADO aos 6 anos de idade? hahahahahahaha

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  4. gente!! só leke pro aqui
    vamos montar uma banda hypada!

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